Kinross publica carta aberta à comunidade

Nas últimas semanas, em função do acidente ocorrido com uma barragem da Vale, em Brumadinho, recebemos questionamentos diversos, de diferentes públicos. Desde então, mais de 200 pessoas visitaram nossas barragens e tiveram a oportunidade de endereçar seus questionamentos e conhecer o processo de gestão de segurança da Kinross.

A empresa, mantendo sua postura de diálogo, transparência e respeito por todos os moradores de Paracatu e pelas associações de bairros que margeiam sua operação, faz uso dessa oportunidade para compartilhar com todos o seu posicionamento sobre os itens levantados.

1- Segurança de Barragens

a) Sobre promover mais encontros com representantes de órgãos e comunidades, a Kinross informa que sempre esteve e continua aberta para receber as pessoas em suas operações para tirar dúvidas sobre o tema em questão. Apenas em 2018, a empresa recebeu cerca de 1100 visitantes dentro de seu programa de visitas, que conheceram a mina, barragem e demais áreas da empresa. Desde o dia 25 de janeiro, dia do incidente envolvendo a barragem de Brumadinho, da empresa Vale, a Kinross trabalhou ativamente em visitas técnicas com o intuito de esclarecer as possíveis dúvidas da comunidade e dos órgãos públicos com relação à segurança de suas instalações. Até o presente dia, nossas barragens foram visitadas por mais de 200 pessoas, além da realização de reuniões externas com grupos diversos, como prefeitura, imprensa local e regional, comunidade Lagoa de Santo Antônio, comunidade do Cunha, comunidade de Santa Rita, Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Câmara Municipal de Paracatu, Bayer, Nexa, Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas de Paracatu e Vazante, Comitê de Bacias Hidrográficas, Federação das Indústrias de Minas Gerais e grupos guiados abertos aos moradores de Paracatu. A empresa permanece à disposição para receber e sanar todas as dúvidas com relação a sua operação.

b) Sobre a realização de monitoramento automatizado e em tempo real, a Kinross informa que utiliza tecnologias modernas no monitoramento de suas duas barragens em Paracatu (MG). Ao todo, são 472 instrumentos de monitoramento instalados nas duas barragens, entre manuais e online.

c) Entre as tecnologias utilizadas estão sistemas online de medição de pressão da água na estrutura por meio de piezômetros e da temperatura do ar e do volume de precipitação de chuvas por meio de uma estação meteorológica automatizada. Os sistemas de transmissão de dados desses instrumentos de medição são realizados por meio de sensores elétricos de automação com transmissão para um software de supervisão via cabos, wireless e via rádio.

Com o sistema online é possível verificar em tempo real as leituras dos instrumentos, podendo assim fazer checagens instantâneas com os parâmetros definidos pelo projeto. O sistema possibilita também avaliações mais assertivas e rápidas da segurança das barragens.

Ainda no primeiro semestre deste ano, está prevista a implantação de sistemas online para mais 115 piezômetros elétricos e sete medidores de vazão da água da barragem Eustáquio e na barragem Santo Antonio. No mesmo período também será instalado um sistema de vídeo-monitoramento das duas estruturas com 15 câmeras.

Existe ainda um sistema de registros de dados de inspeção online. A tecnologia permite maior rapidez no acesso aos dados de inspeção e maior proteção da informação e redução de possíveis erros de digitação de documentos. As inspeções são quinzenais e as informações são repassadas a Agencia Nacional de Mineração (ANM) através da plataforma SIGBM.

d) Sobre os treinamentos de evacuação, a empresa informa que possui um Plano de Emergência de Barragens que é mantido sempre atualizado. O documento está protocolado na Prefeitura, Defesa Civil Municipal e Estadual, Ministério da Integração Nacional, Agencia Nacional de Mineração, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Ministério Público Estadual e Federal e Centro Nacional de Desastres em Brasília.

Internamente, a Kinross mantém uma equipe treinada e experiente que trabalha diretamente com a gestão de barragens. Possui também uma equipe de apoio com brigadistas, profissionais de meio ambiente e relacionamento com comunidades, todas com conhecimento vasto sobre o Plano. As comunidades de entorno conhecem o plano e são treinadas.

Em novembro de 2016, a empresa, junto da defesa Civil, realizou um simulado de acidente de barragem com as comunidades do entorno (Santa Rita, Lagoa, Cunha, Machadinho e parte da região do São Pedro). A Defesa Civil, com o apoio da Kinross, já planejou o próximo simulado com essas comunidades para o primeiro semestre de 2019.

A Kinross também participa do Plano de Ajuda Mútua (PAM) do município de Paracatu. Este plano é uma iniciativa pioneira das partes envolvidas pois possibilita o planejamento para caso de emergências de forma antecipada e para assegurar os recursos necessários. Neste programa, baseado em um programa da ONU, um grupo de empresas privadas, policiais, bombeiros, defesa civil e outras autoridades se reúnem para identificar os cenários de risco da cidade em determinados locais, integrar seus planos de emergência e disponibilizar seus recursos humanos e materiais para uso em ações conjuntas no caso.

e) A empresa tem um sistema de resposta ao plano de emergência composto de identificação dos riscos potenciais para a estrutura; definição de ações preventivas; definição de papéis e responsabilidades; contatos chaves; identificação de tipos de recursos humanos e materiais necessários para a execução do plano.

f) Sobre o fechamento das estruturas a Kinross informa que possui um plano de fechamento de mina que é atualizado regularmente. Atualmente a estratégia da empresa é trabalhar nos projetos que garantem a segurança como critério inicial para o fechamento. Após encerrado este ciclo, que envolve a avaliação da segurança da estrutura e avalia-se a viabilidade econômica, a empresa iniciará a avaliação dos usos futuros, que devem estar integrados aos critérios de segurança definidos no estágio anterior. De toda forma, o encerramento das atividades será realizado de forma progressiva e com consulta e participação contínua da comunidade de Paracatu. Portanto, no caso das barragens, a empresa possui a responsabilidade de executar os monitoramentos após o fechamento até que o equilíbrio ambiental esteja concluído de forma segura.

2 – Segurança em Saúde

a) Instituições de pesquisa nacionais e estrangeiras realizaram estudos em Paracatu para averiguar a incidência de arsênio na população e no meio ambiente. Todas reconhecem que não há risco de contaminação por Arsênio em função das atividades operacionais da Kinross. As conclusões do estudo independente do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), com base em estudos epidemiológicos extensos (análises de urina, sangue e amostras de cabelo), consideraram “baixa” a exposição humana ao arsênio em Paracatu. Um outro estudo coordenado pelo INCT, UFMG e Universidade de Queensland, na Austrália, revelou através de análises químicas que as concentrações de arsênio em Paracatu estão dentro dos limites de segurança estabelecidos pela legislação nacional e internacional, corroborando assim com os resultados do estudo independente mencionado acima.

b) A Kinross realiza anualmente exames médicos que mensuram os índices de arsênio no organismo de seus empregados. Estes exames são voluntários e realizados para qualquer funcionário que tenha interesse. Os resultados dos exames ficam disponíveis para que cada empregado possa conversar com o médico do trabalho ou seu médico privado para tirar todas as possíveis dúvidas sobre o resultado.

Ao longo dos anos, todos os resultados confirmam a baixa exposição dos empregados ao Arsênio, alinhados aos limites de segurança estabelecidos pela legislação nacional e internacional.

c) Todos os estudos, monitoramentos e controles realizados pela Kinross comprovam a segurança de nossas instalações. A Kinross trabalha com diálogo direto e transparente junto às comunidades, representadas pelas associações de bairro constituídas. Esse diálogo permite que a comunidade possa sanar todas as dúvidas referentes à segurança de sua operação. A empresa permanece à disposição para explicar qualquer dúvida que possa gerar insegurança à comunidade.

3 – Gestão Ambiental e Social

a) A Kinross acredita na convivência que respeite o meio ambiente e a comunidade. Para isso, desenvolve estudos permanentes e busca tecnologias cada vez mais modernas para controlar e reduzir impactos de sua operação.

Os projetos desenvolvidos pela empresa visam monitorar a qualidade da água e do ar, promover a educação ambiental e controle de ruído, preservar a fauna e flora do Cerrado e também recuperar áreas utilizadas pela mineração. Muitas destas iniciativas contam com a parceria da comunidade e fazem parte da política de investimento social da empresa, como o projeto de Viveiros Comunitários na região do Santa Rita, Monitores Ambientais com os moradores dos bairros vizinhos e Projeto de Cercamento de Nascentes e Veredas.

A mina possui um plano de fechamento que é atualizado a cada cinco anos. Em todas as áreas das barragens que não têm mais uso, são iniciadas a atividade de reabilitação – essa reabilitação constitui a colocação de uma cobertura de solo e do replantio de espécies nativas da região. As áreas de empréstimo são reconformadas e plantadas novamente.

A Kinross já recuperou aproximadamente 450 hectares de áreas de empréstimo em Santo Antônio, que se encontram em diferentes estágios de recuperação, com técnicas de nucleação, curvas de nível verde, plantio de gramíneas e mudas nativas, canais de drenagem

Além disso, já foram recuperados aproximadamente 259 hectares de área da trafegabilidade da bacia de Santo Antônio, com plantio de gramíneas e leguminosas. Para 2019, aproximadamente 300 hectares serão recuperados nas áreas da barragem Santo Antônio.

b) Sobre um fundo para recuperação ambiental, a empresa esclarece que desde 2011 existe um fundo, estabelecido pelo Ministério Público Estadual, no qual a empresa aporta valores anuais com o objetivo de garantir que, ao final da vida útil da mina, esses valores estejam também disponíveis para a execução da etapa final do plano de fechamento das áreas da mina e barragens, que corresponde a reabilitação de áreas mineradas e barragens que estiverem pendentes. Este fundo, conforme acordo supramencionado, somente poderá ser utilizado para este fim.

Em que pese esse fundo ter este objetivo exclusivo, a empresa realiza também investimentos na execução dos planos de fechamento das áreas e estruturas que já tenham suas atividades finalizadas, conforme detalhado acima.

c) Em relação aos investimentos realizados pela empresa no âmbito social, a empresa esclarece que sua estratégia de investimento social está alinhada ao Paracatu 2030, com ações que geram resultados a longo prazo, estipuladas e alinhadas aos principais eixos de atuação do município. Anualmente, a empresa investe aproximadamente R$ 3 milhões em projetos de desenvolvimento territorial, ancorados em 4 áreas: educação, cultura, geração de trabalho e renda e educação ambiental. Além disso, a empresa acredita no desenvolvimento colaborativo e participativo, através de parcerias para o alcance de melhores resultados. Desde 2011, a Kinross desenvolve projetos de melhoria da educação básica do município, atuando dentro das 23 escolas públicas de Paracatu. Os investimentos na área de cultura, ao longo dos anos, oportunizaram a valorização da cultura imaterial da cidade, através de apoio às iniciativas das instituições e grupos ligados ao desenvolvimento da cultura do território. O fortalecimento das cadeias produtivas tem sido objeto das ações de geração de trabalho e renda, apoiando e capacitando pequenos grupos produtores.

A Kinross, também está presente nos principais fóruns de desenvolvimento do município. Participa do Conselho de Desenvolvimento Sustentável de Paracatu, onde são discutidas e deliberadas ações que promovam a sustentabilidade dos processos territoriais. 20% da CEFEM, imposto pago pelas empresas mineradoras que atuam no município, é destinado aos trabalhos realizados pelo conselho.

3 – Ações Socioambientais

a) Com a premissa de capacitar as instituições que trabalham com projetos sociais, a Kinross ofereceu em 2017/2018 oficinas de formação de projetos incentivados para organizações e poder público. Em 2019 será realizada uma nova etapa de formação junto às instituições do município ligadas ao FIA, para desenvolvimento de projetos de captação de recursos. Dessa forma, a empresa contribui para que mais projetos sociais sejam desenvolvidos e colocados em prática no município de Paracatu.

b) A Kinross desenvolve e aplica as melhores tecnologias de desmonte de rocha do mundo. Suas práticas são reconhecidas internacionalmente pela qualidade na mitigação de impactos nas áreas próximas à sua operação. O controle sismográfico e de frequência de seus desmontes e estudos realizados por técnicos mostram que não há causalidade entre suas operações e quaisquer fraturas em edificações da cidade. Além disso, as comunidades ao entorno da mina participam desde 2011 do monitoramento ambiental realizado pela empresa. Semestralmente, 20 pessoas são treinadas para conhecer, acompanhar e fiscalizar as medições de ruído, desmonte e qualidade de ar. Até hoje, já passaram por esse programa de transparência mais de 300 pessoas.

c) Para conter e controlar a poeira resultante de suas atividades, a Kinross adota uma série de ações, que incluem melhorias em equipamentos, uso de caminhões-pipa, instalação de aspersores de água e aplicação de polímeros (produto que cria uma espécie de revestimento para conter as partículas) nos taludes e vias de acesso não pavimentadas.

Para verificar a eficiência de seus controles, a empresa opera cinco estações automáticas de monitoramento posicionadas em locais estratégicos, que medem continuamente a qualidade do ar do município de Paracatu. Esses dados são disponibilizados diariamente e tornados públicos pela agência ambiental que controla as licenças ambientais da empresa.Com relação à Cortina verde, a empresa já realiza a técnica em alguns locais de divisa da empresa com a comunidade, com o plantio de espécies arbóreas.

Até o presente momento foram plantados aproximadamente 8 quilômetros de Cortina Arbórea nas principais divisas da empresa.

Além disso, a empresa implementou também, barreiras Acústicas, como é o caso da face sul da mina que faz divisa com os bairros Amoreiras II, Alto da Colina e Bela Vista II. Adicionalmente, a Kinross planeja instalar nos próximos 2 anos uma grande barreira acústica e visual ao longo da BR 040, que também ajudará a controlar ainda mais a dispersão da poeira para áreas próximas a mina.

Para finalizar, a Kinross reafirma seu compromisso com o diálogo e se coloca à disposição.

Kinross Brasil Mineração