O arsênio é um elemento químico semi-metálico que ocorre naturalmente em rochas, no solo, na água, no ar, em plantas e em animais, e é amplamente distribuído na natureza, em concentrações muito baixas. São encontrados, inclusive, nos alimentos que ingerimos diariamente, como frango, peixe, arroz e feijão, por exemplo. Cientes do nosso papel como uma empresa que atua com respeito, responsabilidade e totalmente alinhada às legislações que regem a atividade mineradora no país, convidamos você para conhecer um pouco mais sobre o assunto e contribuir no esclarecimento de amigos, familiares e todos os que ainda têm dúvidas.
Saiba mais sobre o Arsênio
O que é o arsênio?
Arsênio é um elemento relativamente comum no meio ambiente. É o 20º elemento mais abundante na Terra, e está amplamente distribuído por ela. Sua toxicidade depende de seu estado químico, solubilidade, e em que grau ele pode ser absorvido pelo corpo humano (biodisponibilidade).
Como encontramos o arsênio em Paracatu?
O arsênio encontra-se naturalmente associado aos solos e rochas de Paracatu. Na Kinross, ele está presente nas rochas de nossa mina, principalmente em forma de arsenopirita. É importante lembrar que o arsênio é um elemento traçador do ouro.
Existe arsênio em outros locais do mundo?
Sim, na Argentina, Chile, EUA, entre outros locais com formação rochosa semelhante.
O arsênio presente em nossos rejeitos oferece algum risco à saúde?
Não. As áreas da empresa são devidamente cercadas e identificadas e o controle de acesso às barragens é restrito apenas a funcionários o que limita o risco. Além disso, os rejeitos de nosso processo produtivo são dispostos em tanques específicos ou nas barragens e o arsênio residual encontrado nos rejeitos é gerenciado nas barragens, cujos drenos de fundação também funcionam como sistema de pré tratamento de água. Importante lembrar que as águas dos drenos passam por um sistema de tratamento passivo que realiza o polimento final da água, deixando-a em condições de lançamento para o meio ambiente.
Como garantimos a integridade e a saúde de nossos empregados em relação à exposição ao arsênio?
Além da obrigatoriedade do uso de equipamentos de proteção nas áreas industriais, conduzimos no mínimo duas vezes ao ano a verificação da presença de arsênio em nossas áreas de trabalho através de amostradores.
Também conduzimos o monitoramento biológico de nossos empregados através de coletas de amostras de urina realizadas periodicamente.
Existem evidências científicas de que as operações da Kinross Paracatu não possuem relação com o aumento dos casos de câncer no município ou de envenenamento por arsênio?
Sim. Nossa empresa contratou um estudo completo de análise de risco ambiental envolvendo especialistas mundiais no assunto, ligados à Universidade de Queensland, da Austrália, em um trabalho conjunto com o INCT Acqua, da Universidade Federal de Minas Gerais. Além deste estudo, a prefeitura realizou de forma independente um estudo com o CETEM, o qual constatou que a população de Paracatu não apresenta taxas de mortalidade por tipos de câncer associadas à exposição ao arsênio.
Quais os principais resultados que nos tranquilizam sobre a nossa atividade em Paracatu?
Fazemos periodicamente o monitoramento da qualidade do ar, água, resíduos e monitoramentos biológicos (urina) de nossos empregados e os mesmos demonstram níveis normais para o elemento As. Além disso, dados levantados de nossas pesquisas científicas atestam a qualidade e segurança de nossas operações do ponto de vista do cumprimento com rigor aos limites de arsênio estabelecidos por lei. Também é importante destacar que quando comparamos a incidência de neoplasias no município de Paracatu com outras cidades, as taxas seguem o perfil epidemiológico de localidades sem mineração de ouro e também a média do estado de Minas Gerais.
No caso de Paracatu, o arsênio é parte da composição natural dos minerais encontrados nos solos, sedimentos e mineralogia das rochas que contêm minerais, como a arsenopirita, encontrada na formação geológica do Morro do Ouro, onde a Kinross opera. Além do arsênio, existem outros elementos químicos encontrados no Morro do Ouro que, quando combinados, formam vários minerais, como óxidos de ferro, quartzo, escorodita, pirita e sericita.
Os resultados de uma extensa pesquisa científica, conduzida entre 2011 e 2014 com amostragem de dados feita por especialistas líderes em arsênio e especialistas de diagnóstico no Brasil e no exterior determinaram que a exposição ambiental ao arsênio em Paracatu é baixa, sem evidência de efeitos adversos à saúde relacionados à exposição ao arsênio. As atividades de mineração da Kinross são consideradas um contribuinte muito insignificante à exposição ao arsênio em geral.
O valor calculado da ingestão total diária de arsênio considerando todas as fontes (inalação e ingestão de solos e alimentos) ingresso em Paracatu é bem inferior à dose de referência da Organização Mundial da Saúde. De acordo com um estudo recente realizado por pesquisadores líderes em arsênio da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade de Queensland, a ingestão diária é calculada em 0,25 µg/kg de massa corporal dia (microgramas por quilograma de massa corporal, por dia), ou menos do que 10% da dose de referência da OMS (3 µg/kg de massa corporal dia).
Quais são as formas de exposição ao Arsênio?
Todos nós estamos expostos a quantidades vestigiais de arsênio diariamente. Ele é encontrado naturalmente na crosta terrestre, na nossa água, no ar que respiramos e em muitos dos alimentos que consumimos.
As diferentes formas que os seres humanos podem ser expostos ao arsênio são:
– Ingestão oral de água, comida, poeira / solo
– Inalação de poeira
– Exposição dérmica a poeira, solo ou água, embora isto seja geralmente considerado como sendo de menor importância no caso de exposição ao arsênio.
Dentre estas formas de exposição, os alimentos destacam se como sendo a forma mais provável de exposição ( European Food Safety Authority, 2009 e ATSDR , US Department of Health and Human Services).
Os riscos de saúde associados ao arsênio são afetados por um número de fatores, incluindo a sua forma química (orgânico ou inorgânico), a sua solubilidade (capacidade de se dissolver), e em que grau ele pode ser absorvido pelo corpo humano (biodisponibilidade).
Quais são os níveis seguros de exposição ao arsênio?
Embora o arsênio seja tóxico em sua forma básica, esta toxicidade depende da quantidade, da forma de apresentação e do tempo de exposição do elemento. Órgãos ambientais e de saúde têm feito extensa pesquisa para estabelecer níveis de exposição aceitáveis em vida sem risco apreciável.
O nível de referência definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para ingestão diária total de arsênio é de 3 µg/kg/dia, com base em um adulto de 70 kg ou 210 microgramas por dia (podendo variar entre 20 e 300 µg/dia). Por exemplo, se o arroz contém 210 µg/kg de arsênio inorgânico, então um adulto de 70 kg teria de comer 1 kg de arroz (peso seco) para atingir a dose de referência. Isso é equivalente ao consumo de 12 porções diárias de arroz (160 gramas de arroz cozido por porção) ao longo da vida. Frutos do mar também têm naturalmente altos níveis de arsênio, neste caso em forma orgânica e com baixa toxicidade, podendo, porém, ser detectado igualmente nos exames de urina.
A água potável representa a maior ameaça do arsênio para a saúde pública. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um padrão na água potável para o arsênio de 10 µg/L (microgramas por litro). Mesmo a este nível, efeitos na saúde humana são considerados improváveis.
Segundo a OMS, a ingestão diária de arsênio a partir de alimentos e bebidas é normalmente entre 20 e 300 µg/dia. Estes valores podem variar, dependendo da ingestão normal dietética de arsênio, já que certos alimentos, como arroz e frutos do mar, têm naturalmente altos níveis de arsênio.
A exposição recente ao arsênio é mais efetivamente medida através de amostras de urina, com vários níveis de rastreio, dependendo da agência e do país. O resultado urinário normal, de acordo com os Laboratórios Mayo em Rochester é de 35 µg de arsênio por grama de creatinina (µg/gC) na urina. A regulamentação brasileira estabelece que os trabalhadores que são expostos ao arsênio não estão considerados em risco a níveis inferiores a 50 µg/gC.