Resíduos de madeira são tranformados em adubo para áreas de recuperação
Buscar soluções sustentáveis para a reutilização de materiais orgânicos e inorgânicos é uma prática comum para empreendimentos sustentáveis hoje em dia. Diante do desafio diário em reaproveitar os materiais que seriam descartados, a Kinross Brasil Mineração, localizada no Noroeste de Minas Gerais, investiu em novas práticas, principalmente ligadas à reutilização de madeira. Há um ano a mineradora decidiu buscar uma nova solução para reaproveitar as embalagens dos insumos, a maioria deles feitas de pinus, e a iniciativa tem trazido resultados.
De acordo com o engenheiro de Meio Ambiente da Kinross, Ítalo Martins Alves, os caixotes e pallets que chegam na mineradora são transformados em cavacos – nome comercial dado à madeira picotada em pequenos pedaços – que são aplicados em áreas em recuperação. “Todos esses pallets e caixotes são na verdade um material orgânico rico e que poderia ser aproveitado. Vimos que era uma ideia viável e que se encaixava nos projetos da empresa”, afirma o engenheiro. Para colocar a ideia em prática foi adquirido um picotador de madeira para triturar os pedaços grandes e transformá-los em cavaco.
Hoje os pallets e caixotes são triturados semanalmente e uma equipe que cuida da recuperação das áreas degradadas e jardinagem faz a distribuição do material em toda a planta da Kinross. De acordo com o biólogo e responsável pela recuperação dessas áreas, Osmar Ferreira, o reaproveitamento da madeira foi uma maneira viável e sustentável para dar destino ao material. “A equipe do Meio Ambiente é a responsável por executar o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad) de toda a área da Kinross. Como a área é extensa e um dos maiores gastos são com a adubação, o cavaco foi a solução economicamente viável e sustentável mais adequada”, afirmou.
Além de reduzir os gastos com adubos, o cavaco é um material orgânico que tem várias funções. “Esse material pode ser aplicado nas áreas de recuperação em dois momentos. Pode ser usado em um primeiro momento quando o material orgânico serve para corrigir o solo degastado e, em um segundo momento, quando já foram plantadas as mudas de árvores típicas da região. Nesse segundo momento, o cavaco é colocado em volta das mudas para proteção e para absorção de água da chuva que depois é liberada ao poucos para as mudas, contribuindo para o crescimento das plantas”, explica Osmar.
A Kinross vem utilizando o cavaco nas áreas degradadas desde o início do ano e já vê resultados positivos. “Ainda não tivemos longos períodos de chuvas, mas percebemos que o solo está se recuperando muito bem com o uso do material”, destacou o biólogo.